sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Ricardo Teixeira admite adaptar calendário brasileiro ao europeu

Para presidente da CBF, já está na hora de começar o debate para que esta mudança aconteça o mais rapidamente possível

Ricardo Teixeira / Foto: GloboEsporte.comO presidente da CBF, Ricardo Teixeira, admitiu, em entrevista ao jornal ‘O Globo’, que o calendário do futebol brasileiro pode se adaptar ao europeu. Segundo o dirigente, já está na hora de começar o debate para que esta mudança aconteça o mais rapidamente possível. O dirigente diz ainda que o Campeonato Brasileiro sairia beneficiado com essa possível mudança, deixando de ser prejudicado com a janela do mercado para o exterior no meio do ano, que permite o êxodo de jogadores durante a competição.
Na Europa, as competições nacionais começam ao longo do mês de agosto e terminam em maio, com as férias no meio do ano. No Brasil, as competições regionais iniciam por volta de janeiro, terminam no início de maio, onde logo em seguida começa o Brasileirão, que vai até o início de dezembro.
Para Teixeira, o novo calendário valorizaria a Copa do Brasil, fazendo com que a competição pudesse contar com todos os clubes, inclusive os que disputam a Libertadores. Segundo o dirigente, há muita resistência em relação à mudança.
‘O grande problema para alterarmos o calendário é a falta de unidade. Nem todo mundo é a favor. O São Paulo, por exemplo, é contra, enquanto outros clubes são a favor. Temos que ouvir também os patrocinadores, sem falar nas federações. Como se vê, o assunto é complexo, não pode ser resolvido com uma canetada’, disse Teixeira.


"É um absurdo sermos o único país do mundo com o calendário diferente. Nós vivemos em um mundo globalizado. Se tivermos o mesmo calendário da Europa, não vamos ter esse problema de jogador saindo no meio do ano. Não vendemos jogador porque achamos bonito, mas sim porque temos compromissos para pagar. Com calendário igual ao europeu, só venderíamos quando o campeonato terminasse", analisou Zezé Perrella, presidente do Cruzeiro




O calendário do futebol brasileiro deve ser alterado e adequado ao mesmo modelo utilizado na Europa, com jogos entre agosto de um ano e junho da temporada seguinte. A mudança foi definida nesta sexta-feira, após uma reunião em Brasília entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o mandatário da CBF, Ricardo Teixeira.


Pelo acordo, a CBF terá 30 dias para apresentar uma proposta ao Executivo. Porém, mesmo que o modelo seja rapidamente aprovado, o novo calendário poderá entrar em vigor apenas em 2012, já que os clubes precisam respeitar contratos comerciais e de transmissão firmados até 2011, fato que impede este tipo de mudança.
Pelo caráter de competição primordial que o Campeonato Brasileiro assume em nosso futebol, este deve ser o certame jogado aos fins de semanas ao longo de toda a temporada. Destarte, primeira, segunda, terceira e o equivalente à quarta divisões devem ser realizados somente aos sábados e domingos, entre agosto de um ano e maio do ano seguinte.
As outras competições podem ser distribuídas ao longo desse mesmo período, só que jogadas no meio das semanas.
Um corolário da adoção dessa premissa é que fazer com que a competição principal do futebol brasileiro, o Campeonato Brasileiro, seja jogada só aos fins de semanas significa um tratamento especial para esta, o que propicia melhor satisfação dos torcedores e consequente aumento de receitas na competição que ocupa todos os clubes principais ao longo da temporada.
A terceira premissa é que as seleções só devem atuar quando os clubes não estiverem em ação. Com isso, evita-se que, havendo a indesejável coincidência, ou os clubes joguem desfalcados de seus jogadores cedidos às seleções, ou as seleções joguem sem alguns jogadores que poderiam ser convocados, mas permanecem nos clubes – ambas as situações são nocivas, tanto aos clubes, como às seleções.
Parece ser sinal de respeito ao torcedor, ainda, a não coincidência de jogos de seleções com jogos de clubes, pois, quando a dita coincidência acontece, o torcedor precisa se dividir entre a atenção que dá a seu clube de coração e à seleção de seu país, o que não é ideal.
É óbvio que o período adequado para as seleções fazerem treinos e jogarem competições oficiais é quando os clubes não estão em ação. Ou seja, e tomando o calendário europeu como referência, os meses de junho e julho. Portanto, todo o trabalho de seleções deve ser realizado nos meses citados, com o período entre agosto e maio sendo de exclusividade dos clubes, que são as instituições que fazem o negócio acontecer.
Cabe ressaltar que a adoção de uma das premissas, de forma isolada, sem a adoção das outras duas, pouco contribui para se ter um calendário racional. Não adianta adequar o calendário brasileiro ao europeu se continuar havendo jogos de seleções no período que deveria ser dedicado aos clubes. Não adianta as seleções só jogarem quando os clubes não estiverem em atividade, se não houver uma competição central que ocupe os clubes principais ao longo de toda a temporada. Não adianta termos o calendário nacional coincidindo com os dos grandes centros se continuarmos a distribuir mal as competições ao longo da temporada, sem a adoção de uma especial que vá preencher a maior parte da temporada oficial.
Adotar as três premissas em conjunto gera uma sinergia que pode produzir bons resultados.
Cabe lembrar que, para que essas premissas possam resultar em um calendário racional e bem planejado, outra variável é importante: o número de jogos por agremiação. Não se deve existir o clube que joga muitas vezes ao longo da temporada, nem o clube que quase não está em ação. Há que se buscar um patamar de equilíbrio. Mas tal assunto merece ser abordado com maior profundidade, em outro artigo.


*Luis Filipe Chateaubriand é autor do livro 'Futebol brasileiro: um projeto de calendário'.

9 comentários:

  1. Ja era hora, quem sabe assim possamos voltar a sonhar com titulos antes dos Perrelas venderem todo os bons jogadores do Cruzeiro...Qua aconteça em breve....

    sds

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  2. e mais... Nao adotar essa medida e nadar contra a corrente, contra a Globalização no Futebol!!!


    E fora AB... Já pra Casa !

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  3. seria bom voltar a jogar a copa do brasil , poderíamos ser penta , e quem sabe ainda tentar um trí da libertadores

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  4. De 2008, quando começou a ERA AB. Começou também a contar o inicio de uma Praga. Como a do EGITO.
    De 2008 p/ 2015, encerra o ciclo de 7 anos. Tempo que durou no Egito.
    è por aí SALOMÃO.

    Quanto a a mudanças por parte da CBF. Só acredito VENDO.

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  5. PQP é a torcida mais otária do Brasil...
    Com AB, ano que vem será:Vamos subir Zerrooooooooooooooo
    Podem adequar calendário, datas de jogos, janelas de transferência que Dom Zezé dá um jeito de vender quem ele quiser.
    Não é uma "meia-dúzia" de Cruzeirenses bêbados que vai mudá-lo de ideia.

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  6. pessoal aí esta o sucessor do zezé o filho ja é diretor num sei oque lá das quantas dá pra presidente é um pulino estamos ferrados

    A diretoria do time mineiro se sensibilizou e resolveu ajudar ao xará do norte. O Cruzeiro separou uma grande quantidade de material esportivo, personalizou com a identificação do estado de Rondônia e, nesta tarde, através do superintendente de gestão estratégica, Gustavo Perrella realizou a entrega.

    Domingos de Oliveira agradeceu ao Clube da Toca da Raposa: “Nós estamos passando por uma fase muito difícil e esse material chega em boa hora. Espero que ele também traga a boa sorte do Cruzeiro de Minas para nós. O povo de Rondônia está muito agradecido por esta ajuda”.

    O presidente do Cruzeiro de Rondônia conheceu a estrutura do seu xará mais famoso, com direito a visita na Toca 1 e contato com o elenco profissional na Toca II. Em sua passagem, um novo pedido foi feito. Domingos de Oliveira revelou a necessidade de seu time em relação a coletes, chuteiras e bolas.

    Gustavo Perrella, que representou o Cruzeiro na doação, desejou sorte à equipe do norte: “As cores do Cruzeiro e as cinco estrelas não podem ser de um time perdedor. O presidente vai levar o material para Rondônia, e se Deus quiser o time vai perdurar vitórias por muitos anos”, afirmou.

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  7. Técnico diz que tem voz ativa nas negociações do Cruzeiro

    Adilson Batista é sempre informado sobre as vendas e diz que sabe lidar com as baixas

    LANCEPRESS!

    O Cruzeiro já negociou Ramires e Gerson Magrão, titulares do time na campanha da Libertadores, e está acertando a venda de Wagner ao futebol russo. A perda de alguns intocáveis e reformulação do grupo são situações conversadas quase que diariamente entre a comissão técnica e a diretoria.

    O técnico Adilson Batista garantiu que tem voz ativa e é informado sobre todas as negociações que estão acontecendo no grupo.

    - Eu converso com Maluf quase todo dia, com Zezé três vezes por semana, ele sempre me liga. Recebemos informações, sugestões e estamos olhando o que queremos. Tem de ver se o perfil encaixa no grupo. Em relação às vendas é a mesma coisa. Isso é visibilidade. Não tem como segurar. Temos de saber conviver e nunca fui de reclamar - explicou o treinador.

    Quatro reforços já foram contratados pelo clube e somente o meia Leandro Lima ainda não foi apresentado. Gil, Gilberto e Guerrón já estão treinando na Toca da Raposa 2. Adilson Batista lembra que a adaptação requer um certo tempo.

    - O jogador demora um pouco para se condicionar, tem de conhecer os companheiros, mas temos de ter paciência - comentou o treinador.

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  8. O maior problema dessa nova adequação do calendário será a acomodação dos Estaduais. De relevância histórica, hoje o Estadual é pouco interessante para a elite do futebol. À exceção de São Paulo, em que os grandes ganham muito dinheiro para disputar o torneio, os times dos outros estados dão pouca bola para a competição local. Mas as federações seguem como a principal força no voto para a presidência da CBF. Da mesma forma, para a Globo, a venda do pacote do futebol é mais fácil de ser realizada em setembro e outubro, quando os grandes anunciantes já decidiram suas verbas para o ano seguinte. Ela teria de alterar muito o seu sistema de venda.

    Se houvesse vontade mesmo de se adequar o calendário, o ano de Copa seria a "desculpa" perfeita para isso. Os Estaduais um pouco mais espaçados no primeiro semestre e, após a Copa do Mundo, a temporada 2010-2011 do Campeonato Brasileiro teria início. Simples assim, com uma boa justificativa (as férias da Copa) para que tudo começasse de novo.

    A política, mais uma vez, é colocada à frente do negócio.

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  9. olá painél eu disse que vinha né vamos lá
    Pretendia esperar o término da "janela de transferência" da Fifa para fazer um balanção de uma das poucas coisas que faltam para tirar das costas da CBF qualquer crítica sobre a organização do Campeonato Brasileiro da Série A.

    Mas o mais curioso da tal "janela" é que parece, cada vez mais, que os clubes e a imprensa esperam ansiosamente por ela. Que o jogador já esteja animado para uma possível transferência para o exterior é mais do que natural. Só que a euforia tomou conta de todos.

    A saída de jogadores para o exterior no meio do principal campeonato do país é um absurdo. Não entro aqui no detalhe de que o clube tem de se fortalecer comercialmente para evitar que o atleta seja negociado. Só que é cada vez mais nítido que, pelos clubes, a situação atual é relativamente cômoda.

    Afinal, do jeito que está hoje, nenhum jogador vai para o exterior no meio do ano sem remunerar o clube. Com o campeonato em vigência, obrigatoriamente o atleta tem contrato assinado e válido com o time. Sendo assim, apenas quando houver o pagamento de uma multa ele poderá se transferir para outra equipe.

    E aí é que está o "pulo do gato" da janela. Sim, é um absurdo que os time se desfalquem no decorrer do torneio mais importante do país. Mas como a formação de atletas é uma constante no país que mais fabrica e exporta pé-de-obra, essa ausência geralmente é rapidamente recuperada.

    Tudo isso faz com que os clubes desistam de brigar ferozmente para que o calendário brasileiro seja adaptado ao europeu. Afinal, para eles, a janela é cômoda para negociar jogadores e, com isso, faturarem dinheiro suficiente para fechar o ano no azul. Isso sem contar nos parceiros comerciais de diversas equipes (Traffic e DIS são alguns exemplos), que conseguem obter grande retorno do investimento com essa negociação.

    A cada dia que passa, fica claro que o Brasil se conforma com o status de exportador de pé-de-obra. O problema é que, na ponta final do negócio, isso é prejudicial. O país conseguiria fortalecer, e muito, as finanças dos clubes se adequassem os calendários. Amistosos e contratos mais racionais com jogadores são alguns dos pontos a se considerar.

    E, também, isso impediria até mesmo que clubes fossem montados pensando-se apenas no primeiro semestre, como é o caso do Corinthians. Para 2010, o time é uma incógnita. Se a temporada seguisse uma lógica, seria muito mais interessante sob todos os aspectos, inclusive para os patrocinadores.

    Mas, hoje, todos aguardam ansiosamente a janela. A única exceção, talvez, seja o Palmeiras de Belluzzo, que parece ter fechado um pacto para não vender jogadores no meio do ano. Mas, se o time estivesse numa fase em que se sentisse "saturado" de títulos como o atual São Paulo, por exemplo, o discurso provavelmente seria beeem diferente.

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"Se todas as batalhas dos homens se dessem apenas nos campos de futebol, quão belas seriam as guerras".