sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Destaque entre repatriados, Gilberto se inspira em Petkovic


Na penúltima rodada do primeiro turno do Brasileiro, Gilberto estreou voltando do exterior. Saiu do banco e debutou na equipe do Cruzeiro, contra o Coritiba. Desde então, foram mais 18 jogos consecutivos, sempre como titular. Sempre como destaque. No período, participou com sete gols e sete assistências, empurrando os cruzeirenses na briga por G-4.



Nenhum outro repatriado do Campeonato Brasileiro marcou tantos gols quanto Gilberto, 33 anos. Entre exceções como Corrêa, do Atlético-MG, e Maldonado, do Flamengo, é da turma que chegou com o bonde andando e sentou na janelinha.

Nesta entrevista exclusiva ao Terra, Gilberto explicou os motivos de ter se readaptado tão rapidamente ao futebol brasileiro, mesmo depois de cinco anos por Hertha Berlin e Tottenham, seu último clube. Curiosamente, pela primeira vez desde a estreia, é desfalque no Cruzeiro, fruto de um criticado cartão vermelho recebido contra o Atlético-PR. E até de arbitragem ele fala.

Confira a entrevista com Gilberto na íntegra:

Terra - Você chegou e rapidamente se encaixou muito bem na equipe do Cruzeiro. A que isso se deveu?

Gilberto - Às pessoas que trabalham no clube. O povo mineiro é muito receptivo, acolhe bem e isso já aconteceu da primeira vez, quando cheguei do Flamengo, com medo, em 1998. E são as mesmas pessoas trabalhando aqui hoje em dia, em quase todos os setores do clube.

Me deixam muito à vontade e ter trabalhado com o Adílson ajuda também. Ele me deixou escolher onde ia jogar, sabia da minha capacidade no meio-campo. E ter time bom como o do Cruzeiro é fundamental.

Terra - O fato de ter jogado pouco no primeiro semestre ajudou ou atrapalhou?

Gilberto - Não sei. Eu tinha muita vontade de jogar na Inglaterra, mas fui impossibilitado pelo treinador (Harry Redknapp). Não entrava na minha cabeça que eu estivesse impossibilitado de jogar, eu não me conformava, porque via o campeonato e sabia que tinha condição.

Por isso, voltei ao Brasil para jogar mais dois ou três anos. Aí a gente vê como o Petkovic ainda joga e até pensa em estender um pouco a decisão de parar.

Terra - A grande maioria dos repatriados teve dificuldades e ainda não engrenou. Na sua opinião, quais os motivos para isso?

Gilberto - O principal é se readaptar à realidade do Brasil. Quando o cara sai muito cedo, com 16 anos, é difícil mesmo, é diferente.

Terra - Cite uma dificuldade que tem sentido.

Gilberto - Estou sofrendo com a arbitragem. Aqui, a arbitragem conversa muito! Tem que apitar e apitou. O torcedor aqui também é diferente, mesmo nos clubes tem gente que volta, promete muita coisa e não cumpre. Às vezes, é mais difícil se readaptar com fatores extracampo, não é nem o jogo em si.

Terra - No que o torcedor daqui difere do europeu?

Gilberto - Aqui o torcedor é mais apaixonado, cobra mais e sofre mais. É mais emotivo, não entende quando a equipe, mesmo que seja boa, não rende naquele dia. Aqui acaba o jogo e o cara não vai para casa, te espera para cobrar na saída do estádio.

Terra - E na Europa?

Gilberto - Acaba o jogo e o torcedor volta para sua casa. O jogador precisa ter capacidade de se adaptar a isso aqui, é bem complicado. O Cruzeiro tem um sistema de credenciar grupos de torcedores para assistir aos treinos, receber autógrafos. Isso é muito bom, cria um contato melhor.

Terra - Muitos jogadores sentem dificuldades físicas. A preparação do Brasil é muito diferente em relação à europeia?

Gilberto - Depende muito do atleta, isso é bem individual, cada um sente a preparação de um jeito. Às vezes, a lesão já vem do outro país, mas hoje está muito igual, não vejo diferença. Às vezes tem uma mudança ou outra, depende muito do lugar.

Na Inglaterra, às vezes eu tinha três dias de folga e fazia muita corrida longa de até 8 quilômetros. Aqui é mais tiro curto, a preparação física aqui é muito avançada. No futebol brasileiro, pelo volume de jogos, nem dá para ser muito puxado, porque senão mata o cara.

Dassler Marques

créditos Maurício Duarte redação terra

4 comentários:

  1. sería assim que o kalil vai arrumar 100 milhoes ?
    mais cedo que se esperava .
    Uma das empresas que patrocinam o Atlético Goianiense, um dos caçulas da Séria A, é a Linknet, que acaba de ter seu nome envolvido num imenso escândalo no governo do Distrito Federal, de José Roberto Arruda, do DEM, já chamado de mensalinho.

    Leia aqui: http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u658670.shtml

    Não custa lembrar que o secretário da Fazenda do governo de Arruda é o presidente do Atlético, Valdivino de Oliveira Filho.

    E também lembrar que o BMG, outro patrocinador do time goiano, é de Ricardo Guimarães, ex-presidente do Galo que ficou nacionalmente conhecido pelo escândalo do valerioduto, ou do mensalão.

    ResponderExcluir
  2. Apesar de ter declarado que o xingamento foi um desabafo e não estava se referindo ao juiz, Gilberto não escapou de denúncia da Procuradoria, que o denunciou por ofensa moral ao árbitro – artigo 252 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) – e agora o jogador pode pegar uma suspensão de duas a seis partidas.

    Segundo a súmula, Gilberto proferiu as seguintes palavras: “toma ai agora, p...; chupa, c...”. Por isso, recebeu o cartão vermelho de forma direta, que o tirou da partida deste domingo, dia 29, contra o Coritiba, no Mineirão. Em caso de nova suspensão, o jogador estará fora do Campeonato Brasileiro.

    Na sexta colocação com 56 pontos, Cruzeiro ainda tem chances de se classificar para a Libertadores, mas não depende apenas de seus resultados. O time torce por tropeços dos rivais que estão acima na classificação nestas duas últimas rodadas para voltar a disputar a competição continental.

    ResponderExcluir
  3. gilberto vai tomar uma punião altíssima...podem esperar.

    ResponderExcluir
  4. O atacante Kleber chegou a entrar na relação de 19 atletas concentrados para o jogo de domingo, às 17h, contra o Coritiba, no Mineirão, mas acabou cortado pela comissão técnica no final da manhã deste sábado. O Gladiador está recuperado de cirurgia no púbis, mas ainda não tem condição de vestir a camisa celeste em jogo oficial.

    O técnico Adilson Batista considerava a possibilidade de levar Kleber para o banco de reservas no domingo e aproveitá-lo nos minutos finais em caso de necessidade, mas o longo período de inatividade falou mais alto. O corte foi uma decisão conjunta do atleta com a comissão técnica.

    Kleber não joga desde a vitória por 1 x 0 sobre o Barueri, em 26 de setembro. Ele sofria de uma pubalgia que o atrapalhou em boa parte da temporada e acabou submetido a cirurgia em 14 de outubro, pelo médico Joaquim Grava, em São Paulo.

    O prazo estipulado para a recuperação era de 45 dias, o que inviabilizaria a participação do Gladiador no Campeonato Brasileiro. Mas a recuperação correu melhor que o esperado, e Kleber já treina sem restrições. Ele luta contra o tempo para readquirir a forma física e ajudar o Cruzeiro na última rodada, contra o Santos, na Vila Belmiro.

    ResponderExcluir

"Se todas as batalhas dos homens se dessem apenas nos campos de futebol, quão belas seriam as guerras".