quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Gols e jura de amor eterno




De guerreiro a algoz celeste, o atacante Fred, agora no Fluminense, viveu um momento difícil na partida contra o Cruzeiro, domingo, pela 33ª rodada do Brasileiro. Ídolo, ele foi ovacionado pela torcida azul logo quando pisou no gramado do Mineirão, foi até o banco de reservas da Raposa cumprimentar antigos companheiros e voltou para o centro do campo para o início da partida. No começo, teve uma atuação modesta. Ninguém imaginava o que ele faria na etapa complementar. Mas o artilheiro retornou do vestiário com a postura que todos costumavam ver, quando ele deixou a Toca para vestir a camisa do Lyon, da França.

Com a frieza habitual, marcou os dois últimos gols da vitória de virada, por 3 a 2, sobre o ex-clube. E nem assim deixou de ser idolatrado pelos torcedores. Por respeito ao clube que o revelou para o futebol mundial, Fred não comemorou e a torcida o aplaudiu, dentro e fora do estádio, onde distribuiu autógrafos e tirou fotos com torcedores.


“Sou cruzeirense, nunca escondi isso, e meu amor vai durar eternamente. Recebi carinho da torcida e é importante saber separar as coisas. Eles me aplaudiram, cantaram minha música do tempo em que estava aqui e fiquei arrepiado. Mas também sou profissional e fiz o meu papel”.

RETORNO? Nunca ficou tão evidente, como ontem, o desejo da torcida pela volta de Fred ao clube. O jogador promete “um dia retornar”, o que pode ocorrer em breve. Ele assinou contrato de cinco anos com o Flu, mas afirmou que, para cumprir o compromisso até o fim, algumas coisas internas no clube têm de mudar. Segundo Fred, a queda iminente do tricolor para a Série B não é determinante para a sua saída. “Disputar a Série B não é problema, apesar de eu nem pensar muito nessa possibilidade. Tem mesmo é de mudar algumas coisas no clube internamente”.
Polêmica no Brasileirão

Comemorar ou não contra o ex-clube?

2 comentários:

  1. Joel Santana é alternativa caso Adílson deixe o Cruzeiro

    Do correspondente Fred Gonçalves - Belo Horizonte (MG)

    O técnico do Cruzeiro, Adílson Batista, não confirma, mas tudo indica que ele deve mesmo deixar o comando da equipe ao final do Campeonato Brasileiro, pois tem propostas do futebol japonês e está insatisfeito com as críticas de parte da torcida celeste. Assim, entre as especulações de seu possível substituto, mais um nome aparece na lista: Joel Santana.

    O treinador, que foi demitido da Seleção da África do Sul, está desempregado. Recentemente, "se ofereceu" para assumir o Fluminense na reta final do Campeonato Brasileiro, para salvar o clube do rebaixamento, deixando irritado o técnico Cuca.

    Joel nunca trabalhou no futebol mineiro. Seus feitos mais importantes foram no Rio de Janeiro, onde conquistou o estadual pelos quatro grandes: Flamengo, Botafogo, Vasco e Fluminense. Em outros estados, dirigiu Bahia, Vitória, Corinthians, Guarani, Coritiba, Internacional e Brasiliense.

    O presidente do Cruzeiro, Zezé Perrella, não confirmou a informação. Segundo ele, o clube não trabalha com um "plano B". "A preferência é pela renovação do Adílson, mas ele só vai responder depois do Brasileiro. Se ele não ficar, aí vamos ver", declarou.

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  2. Se tem uma coisa chata e irritante no futebol moderno é essa história de jogador não comemorar gol contra o time que o revelou, como protagonizou Fred - autor de dois gols decisivos - na heroica vitória do Fluminense sobre o Cruzeiro, por 3 a 2, domingo, no Mineirão. Eu entendo que ele deva muito ao time mineiro, que seja torcedor da Raposa e que tenha se emocionado com a manifestação dos cruzeirenses que gritaram seu nome e cantaram sua música antes de a bola rolar. Até aí tudo bem. Tudo muito justo e compreensível. Mas daí a marcar e nem sequer deixar seus companheiros o abraçarem é um pouco demais. Ou seja, cadê o respeito pelo torcedor tricolor que vive às margens da Segundona e do caos em que se transformou as Laranjeiras; ou com os dirigentes do Fluminense que fizeram das tripas coração para o contratarem e o pagam a bagatela de quase R$ 500 mil por mês? Ou eu estou ficando insuportavelmente chato ou os conceitos do futebol mudaram completamente, estão fora da ordem e eu fiquei para trás.

    Meu receio é que, do jeito que esses caras trocam de time a cada seis meses, daqui a pouco correremos o risco de ficarmos órfãos das comemorações de gols em partidas nacionais. Ou seja, se Fred trocar o Fluminense por algum clube brasileiro os torcedores podem ir se preparando para ele repetir o gesto de insensibilidade de domingo se marcar contra o Tricolor carioca. E olha que o Fred jogou uma única temporada pelo Cruzeiro e fez apenas 43 jogos com a camisa da equipe mineira antes de se transferir para o Lyon, da França. Então, se ele tivesse sido criado na Toca da Raposa eu imagino que se recusaria a entrar em campo contra o Cruzeiro. Faça-me o favor, Fred!

    Uma coisa seria o Nilton Santos não comemorar um gol contra o Botafogo; o Zico contra o Flamengo; o Roberto Dinamite contra o Vasco; o Telê contra o Fluminense; o Rogério Ceni contra o São Paulo; o Falcão contra o Internacional, entre tantos outros craques que se identificaram e passaram a maior parte de suas carreiras defendendo só uma camisa. Esses caras sim, devem gratidão a esses clubes. Afinal, todos eles foram formados, fizeram história e se tornaram ídolos dessas instituições.

    Mas também existem aqueles que comemoraram gols contra seus clubes formadores, como Romário ao marcar contra o Vasco; Carlos Alberto diante do Fluminense, Rivellino contra o Corinthians. Seria algum tipo de provocação ou desrespeito desses atletas com seus clubes formadores? Claro que não, muito pelo contrário. Isso apenas mostra o respeito que esses jogadores têm quando vestem uma determinada camisa, o que não significa apagar a história vivida pelo clube rival.

    Quando ainda trabalhava no Lance!, lembro de ter lido uma entrevista do meu amigo Caio Barbosa, colunista do Justicadesportiva.com.br, com o técnico Abel Braga, que, à época, dirigia o Flamengo. Questionado por Caio sobre sua relação com o Vasco, Abelão surpreendeu Caio ao dizer que era tricolor de coração e que devia tudo o que tinha, desde sua educação à sua condição financeira, ao Fluminense. Nem por isso o treinador deixou o profissionalismo de lado ou perdeu o respeito de dirigentes e torcedores rubro-negros. A prova disso é que Abel foi campeão carioca e vice da Copa do Brasil com o Flamengo no mesmo ano.

    Não comemorar contra o Cruzeiro não foi uma gratidão com os cruzeirenses, e sim uma ingratidão com os tricolores. Portanto, Fred, pare com essa bobagem e comemore seus gols, sejam eles contra qualquer adversário. Até mesmo se um dia forem contra o Flu. Você joga muita bola, é diferenciado, mudou a perspectiva do Fluminense na reta final do Campeonato Brasileiro e encheu o tricolor de otimismo para permanecer na Série A. Essa é a melhor forma de ganhar o respeito do torcedor.

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"Se todas as batalhas dos homens se dessem apenas nos campos de futebol, quão belas seriam as guerras".