terça-feira, 18 de outubro de 2011

Não há como o Cruzeiro fechar os olhos, depois de 11 jogos sem vencer.



A dor do herói
Drama de Montillo, que está com o filho internado e perdeu pênalti na derrota para o Corinthians, é retrato da crise do Cruzeiro. Time não vence há 11 rodadas e já pensa no Atlético-GO

Não há como o Cruzeiro fechar os olhos, depois de 11 jogos sem vencer. Pior: com seu maior craque, Montillo, vivendo o drama de seguir pelo menos até amanhã com o filho, Santino, de um ano e oito meses, na UTI do Hospital Vila da Serra. Depois de mais uma derrota (1 a 0 para o Corinthians), domingo, na Arena do Jacaré, a situação é tão desafiadora que a equipe precisará juntar os cacos e se refazer para o jogo de domingo, às 18h, novamente em Sete Lagoas, pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro, contra o surpreendente Atletico-GO. No turno, em Goiânia, foi derrotado por 2 a 0. A oito rodadas do fim do Nacional, o time tem 31 pontos, um acima da zona de rebaixamento.

A dor de Montillo aumenta de intensidade pela doença de Santino. Há seis meses os médicos decidiram que ele teria de fazer duas cirurgias: no coração, realizada em março, e no intestino, há 15 dias. Na quinta-feira, o garoto sentiu-me mal e os especialistas indicaram necessidade de operação corretiva. Deu tudo certo na intervenção cirúrgica. “Gostaria de agradecer a todas as pessoas que estão na torcida por ele. Isso me deixa muito emocionado. É um momento difícil que estou passando, ainda mais com a situação do Cruzeiro no Campeonato Brasileiro, mas prometo empenho e dedicação de sobra para ajudar o time a sair dessa incômoda situação”, declarou ontem o atleta, em nota. “O Santino está tendo uma boa recuperação, mas é uma situação que nos deixa apreensivos”.

No confronto com o Corinthians, Montillo aparentava tanta confiança que ao ver o árbitro Pablo dos Santos Alves marcar pênalti na disputa de Élber com o Edenilson, aos 33min do segundo tempo, não hesitou. Pegou a bola e disse aos companheiros: “Eu vou bater”. O técnico Vágner Mancini afirma que ninguém poderia contestar, porque ele é cobrador oficial, é o que mais treina penalidades e, nas conversas, passava total segurança: “Em momento algum ele demonstrou que estava inseguro pela doença do filho ou pela nossa fase sem vitórias”. Depois de errar a cobrança, chutando por cima do travessão – na temporada, de 10 pênaltis converteu seis e perdeu quatro –, Montillo ficou abalado psicologicamente, como era visível por suas reações no vestiário. Falou pouco e ficou de cabeça baixa. “Foi o pior dia da minha vida”, disse ainda no gramado. Hoje retorna para o primeiro treinamento da semana.

APOIO O craque tem o apoio dos companheiros, torcendo para que Santino volte o mais rapidamente possível para casa e que Montillo possa centralizar sua cabeça 100% no próximo compromisso. Além desse drama, problemas é que não faltam no Cruzeiro: o lateral ´Éverton foi ontem à Toca, reclamando de dor no joelho. Ressonância magnética vai indicar a gravidade da lesão. Wellington Paulista, que não joga domingo, suspenso, também se queixa de dor na coxa, mas os médicos acham que é apenas cansaço muscular. Hoje o atacante Bobô será examinado (estiramento na coxa direita) e, caso liberado, entra nos planos para enfrentar o Atlético-GO, disputando a vaga de Paulista com Anselmo Ramon e Ortigoza. Já Keirrison levou cinco pontos na testa, onde sofreu uma pancada domingo.

A CRISE VISTA POR QUEM ESTEVE LÁ
Vai se recuperar
“Está faltando apenas o detalhezinho. Os outros concorrentes ao rebaixamento não têm Fábio, Montillo, Fabrício, Roger, Victorino, Wellington Paulista... Só não aceito quando dizem que eu sou o culpado, se eu dirigi 15 jogos, venci oito, com 53% de aproveitamento. Tive pouco tempo para trabalhar e problemas de vendas, contusões e suspensões. Se estivesse lá, não estaríamos 11 jogos sem vencer. O Cruzeiro vai se recuperar”
Joel Santana, técnico do Bahia

Resultados virão
“É difícil analisar por que não venceu comigo e continua sem vencer. Agora, com mais jogadores à disposição, vejo melhora, mas continuamos cometendo os mesmos erros. Fui obrigado a fazer improvisações e jogar sem laterais. Temos grupo muito enxuto, o que dificulta as opções, mas não tenham dúvidas de que falta apenas uma vitória para ganhar confiança e subir. E quem está dentro sabe que os resultados virão”
Emerson Ávila, técnico por seis jogos

Falta confiança
“Está faltando confiança, e quando as pessoas dizem que estou fazendo falta, fico feliz porque valoriza o meu futebol. Tenho conversado muito com o Montillo, Fabrício, Marquinhos. Estão chateados, para baixo, mas garantindo que vão dar a volta por cima. Se estivesse no time, diria para cada um: confie em seu companheiro, porque a força vem quando os 11 sabem que o que está ao seu lado vai dar conta do recado”
Henrique, volante do Santos – 179 jogos pelo Cruzeiro, 12 gols

Nem toco no assunto
“Todas as vezes que joguei entrei com o seguinte pensamento: vencer. O time tem de entrar assim para reverter este quadro. Tenho conversado com o Diego Renan e o Wallyson. Está tão complicado que a gente nem toca no assunto. Fico orgulhoso em saber que o torcedor acha que faço falta, mas triste pelo que está acontecendo porque sou parcela deste trabalho. Afinal, joguei até a vitória
por 1 a 0 sobre o Ceará
pela 18ª rodada”
Gil, zagueiro do Valenciennes, da França – 104 jogos pelo Cruzeiro, 4 gols

Precisa tranquilidade
“Está claro que o time perdeu a confiança, mas vai conseguir a recuperação, pela experiência do grupo. Não pode é envolver no clima do torcedor. O Cruzeiro precisa de tranquilidade, cada jogador apresentar seu futebol. Importante esquecer que o Atlético está na cola e que pode ser superado pelo rival. Incomoda, mas jamais o Cruzeiro pode levar isso para dentro de campo. Aí, o futebol não aparece, porque se torna um adversário a mais”
Dudu, armador do Dínamo, de Kiev – 26 jogos pelo Cruzeiro, 3 gols

materia de
Antônio Melane - Estado de Minas


comente

3 comentários:

  1. legal vc trazer a opiniao de quem ta fazendo muita falta, gil, dudu e henrique assim como o tiago ribeiro se esses quatro estivessem ai estariamos bem a frente e tambem o papai joel que mesmo sendo ruim conseguia seus pontinho

    ResponderExcluir
  2. Eu acredito em melhora do time, pois, a fase ruim ja foi longe demais!!!
    Passou da hora do vento soprar a favor do nosso time.
    Ja deu!!!!
    Vamo ki Vamos Cruzeirao!!!!!!!!

    ResponderExcluir
  3. Aécio Neves pode pagar a conta dos rebaixamentos

    À medida que aumenta o risco das quedas de Cruzeiro e Galo, começam, também, algumas manifestações de desagrado de torcedores dos dois grandes mineiros em relação à ausência do Mineirão e atraso da entrega do estádio Independência, que estava programado para substituí-lo.

    E o débito já está sendo lançado na conta de Aécio Neves, não apenas pelo enorme atraso da reforma no Independência como, também, por causa de histórias que começam a aparecer, contadas até por aliados dele que precisam tirar pelo menos parte do corpo fora de um eventual rebaixamento.

    Há indignação, por exemplo, em relação à maneira pela qual, quando ainda governador, em 2005, Neves tirou da cabeça dos Perrelas a ideia de construir um estádio para o Cruzeiro em Nova Lima, na grande Belo Horizonte, em parceira com o grupo português Espírito Santos.

    O atual senador tucano de Minas Gerais, ao lado, por sinal, de Zezé Perrela que ele inventou como suplente do falecido Itamar Franco, prometeu então que o Mineirão seria entregue ao Cruzeiro e ao Galo para um tipo de cogestão semelhante ao que fazem Inter e Milan como o estádio de Milão, ora San Siro, quando lá jogam os rosso-neros, ora Giuseppe Meazza, quando jogam os nerazurri.

    O Cruzeiro desistiu de seu grande projeto e agora vê que o Mineirão foi entregue à Minas Arena, uma empresa privada que, por contrato feito com o governo Aécio, explorará o estádio por 25 anos e que cobrará alto para alugá-lo quando lá os dois grandes atuarem.

    E, é claro, o que mais incomoda os torcedores é a situação desesperadora dos times, que ora jogam em Sete Lagoas, ora em Ipatinga, ora em Uberlândia, mas nunca em BH.

    E está dando no que está dando.
    por Juca Kfouri às 14:26

    ResponderExcluir

"Se todas as batalhas dos homens se dessem apenas nos campos de futebol, quão belas seriam as guerras".