terça-feira, 17 de fevereiro de 2009





07h01 17/02/2009

Rigoroso, Adilson Batista aceita 'moicanos' do Cruzeiro

Discípulo de Ênio Andrade, treinador da Raposa se mostra mais aberto ao tolerar modismos do seus comandados, mas pede moderação.

Bernardo Lacerda, do Pelé.Net

BELO HORIZONTE - Cabelos moicanos, raspados, ou grandes, brincos, tatuagens e chuteiras coloridas, estes adereços fazem parte do dia-a-dia dos jogadores do Cruzeiro, que gostam sempre de estar na moda. Formado na escola do professor Ênio Andrade, ex-treinador de futebol, a quem cita de forma recorrente, o técnico Adilson Batista revelou, que, embora não goste, "aceita" algumas extravagâncias de seus jogadores, mas pede moderação.

ATLETAS INFLUENCIAM TORCEDORES
Gustavo Andrade/UOL Esporte
Gustavo Andrade/UOL Esporte
Fábio dita moda com o seu corte de cabelo e conta com a aprovação dos torcedores.
O especialista Bruno Cândido considera que jogadores de futebol, assim como outras pessoas públicas, influenciam nas escolhas dos cortes dos demais cidadãos, principalmente dos jovens. "Acaba influenciando sim, porque eles também são formadores de opinião", observou.
Um exemplo disso é o torcedor celeste Leandro Matos. Ele revelou que depois de ver o cabelo do goleiro Fábio adotou o mesmo corte. "Achei muito legal o corte, vi em um jogo, achei bonito e resolvi cortar o meu assim. Já queria mudar o corte", comentou.
O goleiro Fábio concorda e acredita ditar moda entre as pessoas. "Corto o cabelo de um jeito e depois um tanto de gente aparece com o cabelo igual. Acho que isso é normal, faz parte do futebol", observou o camisa 1 celeste.
Já o técnico Adilson Batista revelou que conversa e orienta os jogadores cruzeirenses em relação às coisas extra-campo. "A gente conversa, passa algumas coisas que achamos que é normal que a gente aceita, orientamos isso faz parte do nosso trabalho", explicou.
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"Gosto de estar sempre na moda, estar sempre mudando o meu visual, ficando diferente. Sempre mudo meus cortes de cabelos", observou o goleiro Fábio, que é um dos adeptos do corte moicano, mas que já utilizou outros vários cortes durante a sua carreira.

Adilson Batista disse que aceita o corte de cabelo do tipo 'moicano', que é moda no Cruzeiro, encontrando como adeptos, entre outros, além de Fábio, o também goleiro Andrey e o meia Wagner, ou brincos, usados pelo lateral Fernandinho e até mesmo chuteira colorida, que é usada pelo meia da categoria de base Dudu, ou cabelos longos.

"No futebol, nos dias atuais a gente tem de aceitar algumas situações que na minha época os treinadores não aceitavam. Mas é normal, todos têm um gosto e se for dentro da normalidade eu aceito, não tem problema", explicou Adilson Batista.

O treinador cruzeirense lembrou que 'seu Ênio', que foi treinador de Adilson na sua época de jogador, não iria tolerar este tipo de moda, mas diz que hoje os treinadores têm de ser mais abertos às mudanças e novidades.

"Na minha época os treinadores, seu Ênio, o Felipão, seu Carlos Alberto, não aceitavam cabelo grande, ou cortes diferentes, brincos, chuteiras coloridas, estas coisas que hoje os jogadores usam, não podia", lembrou Adilson Batista, referindo-se à sua época de zagueiro.

Mas o técnico celeste concorda que com o passar do tempo os treinadores de futebol precisam mudar um pouco a visão do futebol e ser mais abertos, adeptos a novidades. "Hoje, isso é normal, a época agora é outra, as coisas mudaram, o treinador hoje tem de ter uma aceitação maior em relação a estas coisas", observou.

Adilson Batista, porém, ressalta que não aceita excessos. O treinador disse não gostar de cabelos extravagantes, muito chamativos. "Tem de ter uma aceitação, entender, mas sem exageros, dentro de uma coisa normal, que não vá prejudicar a imagem do clube, do jogador", salientou.

Mas não é apenas moicano que se encontra na Toca da Raposa, por lá se encontram jogadores com cabelos grandes, como o do lateral-esquerdo argentino Sorin, que desde a sua primeira passagem pelo clube mineiro, "desfila" com sua vasta cabeleira.

Por outro lado, também tem os atletas que adotam o estilo "discreto", que preferem o tradicional cabelo raspado, ou curto. "Depende de cada pessoa, cada um tem seu estilo. Tem os que preferem ficar fashion, outros são mais discretos, normal, cada um tem um jeito", disse Adilson Batista.

"A gente já está mudando o tipo dos cortes, já estão ficando mais curtos, é um novo formato de corte, mais militar. Nas passarelas agora já não tem o intermediário, ou é curto militar ou mais longo", observou o beauty stylist Bruno Cândido, que tem uma longa lista de famosos, que, segundo ele, já incluiu jogadores de futebol.

Torcedores aprovam moda cruzeirense

Adeptos do cabelo curto, porém diferente dos normais, os goleiros Fábio, titular do gol do Cruzeiro e Andrey, primeiro reserva, têm motivos distintos por terem adotados o mesmo corte moicano. "Estou sempre mudando o corte de cabelo, sempre apresentando uma novidade", comentou Fábio, que vê como normal as mudanças no estilo de cada jogador. "Não é nada demais, apenas um corte diferente, gosto sempre de mudar e não vejo problema, cada um tem seu estilo, seu gosto", afirmou.

Gustavo Andrade/UOL Esporte
Gustavo Andrade/UOL Esporte
Goleiro Andrey adotou estilo moicano para ver melhor os lances, sem cabelos no rosto
CRUZEIRO ESTREIA SEM RAMIRES
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Enquanto Fábio gosta de ditar a moda no futebol brasileiro, Andrey encontrou no corte curto, do tipo moicano, a solução para ter melhor visão durante os jogos. O goleiro utilizava cabelo longo, que caia nos olhos e o atrapalhava.

"Eu cortei o cabelo curto agora porque quando estava usando grande começou a me atrapalhar. Às vezes batia no olho, caia na cara e atrapalhava, então resolvi cortar e gostei deste corte, achei que ficou legal, diferente", explicou Andrey.

A torcedora do Cruzeiro, Laís Souza Carvalho, de 24 anos, estudante, que se diz fã do goleiro Fábio, aprova o moicano do camisa 1. "Achei que ficou lindo, caiu muito bem nele, ficou bem bacana. Acho que os jogadores devem sempre mudar o corte, mostrar novidades, isso é legal, chama atenção. Mas gosto não apenas do cabelo do Fábio, mas de outros, como o do Sorin, do Wagner", disse.

Segundo o beauty stylist Bruno Cândido, o corte moicano, que vem sendo utilizado com maior freqüência por jogadores e também por outras pessoas está na moda. "Os moicanos estão tendo uma influência do punk dos anos 80. Comecei a fazer em modelos há três anos e tem uns dois anos que chegou às ruas. Tem uma influência dos desfiados e suas variações, que pode ser moicano ou todo espetado pra cima", explicou.

"Na verdade são os cortes desfiados que estão em alta e aí vem suas variações como o moicano. Mas também vem sendo implementado os cortes mais curtos", acrescentou Bruno Cândido.

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"Se todas as batalhas dos homens se dessem apenas nos campos de futebol, quão belas seriam as guerras".