quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Presidente da Fifa, Blatter quer árbitros profissionais no controle das partidas




segundo a divulgação da folha de são paulo
Apenas árbitros profissionais poderão apitar os jogos da Copa do Mundo de 2014, no Brasil, informou nesta quarta-feira o presidente da Fifa, Joseph Blatter, em entrevista concedida ao site da entidade.


Blatter não deseja mais amadorismo no apito mundial

"O objetivo é claro: em 2014, só árbitros profissionais apitarão na Copa do Mundo. É uma obrigação. Os treinadores e jogadores são profissionais. Não há razão para que os árbitros não o sejam", disse o mandatário.

A medida, caso seja confirmada, atingirá em cheio a arbitragem brasileira, já que não existe a regulamentação da profissão no país.

"O Brasil vai ter que se profissionalizar, caso contrário não terá nenhum árbitro na Copa", afirmou Marco Antonio Martins, presidente da Anaf (Associação Nacional dos Árbitros de Futebol).

Os árbitros esperam a aprovação de um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados há quase dez anos. "A profissão não existe. Até as prostitutas já são profissionais. E nós, não", diz.

Ele diz que a CBF exige de cada árbitro um documento que comprove um vínculo empregatício. Ou seja: todo juiz brasileiro precisa ter outra profissão para apitar.

"Parece que há algum interesse em não regularizar a profissão. Afinal, quem pagaria a conta, impostos, ações trabalhistas etc.?"

Carlos Eugênio Simon, árbitro brasileiro nos últimos três Mundiais, disse que é favorável à medida. "O futebol envolve milhões em dinheiro, e o árbitro brasileiro é uma figura amadora. A declaração [de Blatter] é extremamente correta", diz.

O ex-árbitro cita países em que a profissão é regulamentada. "Principalmente na Europa --Inglaterra, Itália, Espanha-- e na Argentina, os árbitros são profissionais."

Blatter também afirmou que a Fifa pode questionar, entre outros aspectos, o número de pontos atribuídos para vitória e empate.

Ele disse que a volta do gol de ouro na prorrogação pode ser reavaliada. "Há diversos aspectos nos torneios que podem ser discutidos."

O cartola ainda falou sobre o atual calendário. "Os campeonatos são longos demais porque há equipes demais, jogos demais. É uma questão que merece discussão", declarou Blatter.


Apesar de eleição do Qatar-2022, presidente da federação asiática dispara contra a Fifa


O presidente da CAF (Confederação Asiática de Futebol), Mohamed Bin Hammam, defendeu nesta quarta-feira mudanças na Fifa e não descartou concorrer ele próprio à presidência da entidade que controla o futebol mundial.

Perguntado se poderia concorrer com o atual presidente Joseph Blatter, Bin Hammam abriu um largo sorriso e balançou os ombros. Essa foi a primeira vez que o catariano de 61 anos não descartou verbalmente a questão.


O dirigente, que está no comitê executivo da Fifa desde 1996, fez críticas a Blatter. Ainda animado pela vitória do Qatar na eleição para sediar a Copa do Mundo de 2022, ele disse que ficou descontente com a forma como Blatter anunciou que desejava criar um comitê anticorrupção na Fifa.

"Alguns atos da Fifa eu não aprovo e não concordo. Sou membro do comitê executivo da Fifa e nós nunca discutimos essa ideia (do comitê anticorrupção) dentro do comitê. Eu li sobre isso na mídia", disse Bin Hammam.

"Se estivermos falando sério sobre isso, como uma visão ou um ponto de vista, isso tem que ser levado ao executivo para discutirmos e debatermos, até chegarmos a uma conclusão", acrescentou.

"Não concordo que amanhã a gente chegue a uma reunião da Fifa e descubra que já existe um comitê formado, que os membros foram escolhidos e o código decidido."

Questionado se achava que estava na hora de se fazer mudanças no primeiro escalão da Fifa, ele respondeu: "Mudanças são obrigatórias para uma verdadeira melhora".

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"Se todas as batalhas dos homens se dessem apenas nos campos de futebol, quão belas seriam as guerras".