terça-feira, 24 de março de 2009

era uma vez uma vantagem



Era uma vez uma vantagem (24/03)
Antônio Melane - Estado de Minas

Evidentemente, depois de três empates seguidos no Campeonato Mineiro (0 a 0 com Tupi e América e 1 a 1 com o Rio Branco), e apesar da invencibilidade de 16 jogos, marca significativa em início de temporada, é grande a desconfiança. Mas, assim como é consenso que o Cruzeiro caiu de produção, também é acentuada a certeza de que o time tem futebol para vencer bem o Democrata-GV, amanhã, às 21h50, no Mineirão, no encerramento da primeira fase, e deixar a preocupação no passado.

Para o técnico Adílson Batista, dá para conseguir muito mais: “É terminar em primeiro e conquistarmos o título”. Para tanto, a Raposa, além de ganhar, depende de o Atlético, agora o líder, não superar o Ituiutaba, no Pontal do Triângulo.

Até o clássico contra o Galo (2 a 1), pela quinta rodada, o time celeste havia marcado 17 gols e sofrido quatro no Estadual. Nos cinco jogos seguintes, voltou a sofrer quatro gols, mas a equipe só marcou sete. E venceu apenas um (4 a 1 sobre o Ituiutaba). De sete pontos de vantagem sobre o arquirrival, a situação chegou a um de desvantagem.

Para o volante Ramires, espécie de termômetro dessa queda de rendimento cruzeirense, a questão a ser avaliada é a dos seguidos pontos perdidos em casa: “Não poderíamos ter empatado dois jogos no Mineirão. Estamos enfrentando dificuldades, porque os times vêm jogar contra a gente com a preocupação apenas de se defender. Fazem um bloqueio e complica. Mas é momento. Não nos falta motivação, não estamos desconcentrados e não estamos mal fisicamente “.

Para o jogador, se o Cruzeiro vencer o Democrata-GV, tudo muda. “Porque teremos chances de terminar em primeiro. É o que desejamos. As críticas são normais quando o time não joga bem, como os elogios depois de uma boa atuação”. Ele voltou a não repetir suas boas atuações dos primeiros jogos do ano no empate por 1 a 1 com o Rio Branco, domingo, em Andradas. Mas não vê motivo para dor de cabeça nem para perder o sono. “Todo jogador pode jogar mal uma partida. Foi só essa e pronto. Mostrem os outros jogos e me apontem o que não consegui jogar. Não existe.” E perdeu momentaneamente o controle: “Estou de saco cheio”. Mas logo sorriu de novo.

Ramires foi questionado também por ter deixado de fazer gols. “Sou volante, entro em campo para defender e chegar à frente. O Cruzeiro reforçou o ataque este ano, trazendo bons atacantes. Wellington já está fazendo gols e Kléber começou.”

Para o volante Marquinhos Paraná, o problema é o comportamento tático dos adversários. “Realmente, fica difícil e, num campo daqueles, pior ainda.” Também aposta na recuperação amanhã. Kléber, pelo menos, tem sido elogiado pelo comportamento disciplinar nos últimos jogos, quando saiu sem levar cartões mesmo recebendo faltas constantes. “Nunca fui de revidar falta. Fico irritado e nervoso quando estou jogando mal e minha equipe não faz gols. Os cartões que levei pelo Cruzeiro foram injustos. Foram dois amarelos contra o Estudiantes. Aquela falta que fiz no Verón, se fosse domingo em Andradas, o árbitro nem teria marcado. E em Sucre foi um lance casual, normal. Não fui para acertar o rosto de ninguém. Em Andradas, também acertaram meu rosto. Foi desleal? Acho que não. Lance de jogo.”

Mesmo recebendo mais de 10 faltas na partida, ele considerou normal. “Sempre foi e será assim.” Ele se mostra muito seguro sobre seu time no Estadual: “Não vou torcer pelo Ituiutaba. Torço é pelo Cruzeiro e, quando formos enfrentar o Atlético, porque vamos nos encontrar, jogaremos para vencer. É o que importa, com o mesmo compromisso de todos os jogos. Só que ninguém consegue fazer gols em todas as partidas e jogar com a mesma regularidade. O futebol tem esses momentos difíceis, superados com aplicação e determinação.”

PEDIDO O Cruzeiro protocolou na Federação Mineira de Futebol o desejo de disputar todos os primeiros jogos, a partir das quartas-de-final, no Mineirão, abrindo mão da segunda partida em casa. Prefere que seja no campo adversário.

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"Se todas as batalhas dos homens se dessem apenas nos campos de futebol, quão belas seriam as guerras".